terça-feira, 1 de junho de 2010

Lição de um pai

Um homem muito rico – dono de muitos bens, uma grande fazenda, muito gado e com vários empregados à seu serviço, tinha só um filho. Único herdeiro, o rapaz não gostava do trabalho, nem de compromissos. Sua vida se resumia a festas, baladas com os amigos e muita bajulação. Preocupado, o pai sempre o advertia:

- Seus amigos só estão a seu lado porque você tem o que lhes oferecer; caso contrário o abandonariam.

O rapaz ouvia, fingia que entendia, mas logo deixava de lado os conselhos do pai.

Um dia, o pai – já avançado na idade – pediu a seus empregados que construíssem um pequeno celeiro. Dentro, ele mesmo fez uma forca e junto a ela pregou uma placa, onde se lia: Para você nunca mais desprezar as palavras de seu pai.

Depois, chamou o filho, levou-o até o celeiro e disse:

- Filho, eu já estou velho e, quando eu partir, você tomará conta de tudo o que é meu. Infelizmente, já conheço o seu futuro… Você vai deixar a fazenda nas mãos dos empregados, irá gastar todo o seu dinheiro com os amigos, depois vai vender os animais e os bens para se sustentar. E, quando não tiver mais nada a oferecer, seus amigos vão se afastar de você. Ai, quando não tiver mais nada vai se arrepender amargamente de não ter me dado ouvidos. Por isso, eu construí essa forca. Sim, ela é para você e quero que me prometa que, se acontecer o que eu acabo de dizer, você se enforcará nela!

O jovem riu, achou um absurdo mas, para não contrariar o pai, prometeu o que ele pedia, com a certeza de que as “previsões” jamais se concretizariam.

O tempo passou, o pai morreu e seu filho tomou a frente dos negócios. Assim como o pai havia dito, o rapaz gastou tudo, vendeu os bens, e perdeu os amigos e a própria dignidade.

Desesperado e aflito, o jovem começou a refletir sobre sua vida e viu que havia sido um tolo; lembrou-se de seu pai e chorou, enquanto lamentava não ter ouvido seus conselhos. Mas, era tarde… tarde demais.

Pesaroso, ele levantou os olhos e longe avistou o pequeno celeiro – a única coisa que lhe restava. A passos lentos, se dirigiu até lá e viu a forca e placa empoeirada.

- Eu nunca segui as suas palavras, meu pai; não pude alegrá-lo enquanto vivia, mas pelo menos vou fazer sua vontade; vou cumprir minha promessa, já que não me resta mais nada…

Cabisbaixo, subiu os degraus e colocou a corda no pescoço. Antes mesmo de pular, ainda conseguiu dizer:

- Ah, se eu tivesse uma nova chance…

E pulou. Sentiu, por um instante, a corda apertar sua garganta mas, como o braço da forca era oco, quebrou-se facilmente. O rapaz caiu no chão e sobre ele caíram jóias, esmeraldas, pérolas, diamantes, rubis e muito ouro. A forca estava cheia de pedras preciosas; junto a elas, um bilhete que dizia: “Essa é a sua nova chance; eu te amo muito! Ass. Seu Pai”.
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Provérbios 4, vesículo 1: Ouvi, filhos, a instrução do pai, e estai atentos para conhecerdes o entendimento.
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